COM UM DIA DE ATRASO | 05.04.10
(...)
"Meu mestre e meu guia!
A quem nenhuma coisa feriu, nem doeu, nem perturbou,
Seguro como um sol fazendo o seu dia involuntariamente,
Natural como um dia mostrando tudo,
Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade.
Meu coração não aprendeu nada.
Meu coração não é nada.
Meu coração está perdido.
Mestre, só seria como tu se tivesse sito tu.
Que triste a grande hora alegre em que primeiro te ouvi!
Depois tudo é cansaço neste mundo subjectivado,
Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas,
Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente.
(...)
A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me a inquietação.
Lisbertaste-me, mas o destino humano é ser escravo.
Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir."
Álvaro de Campos
Já passou.
E só se esperam grandes dias.
6.4.10
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